Uma das vantagens do comércio é o
de estabelecer estímulos de diferente nível de perceção nos agentes económicos.
Desde a Escola de Salamanca, que formou muito dos homens dos Descobrimentos
ibéricos, que sabemos que as relações comerciais são o palco primário para a
Paz bem como, também, para adivinhar a Guerra.
Um desses estímulos – por vezes,
invisível – encontra-se no desafio que o comércio coloca aos produtores, em
primeiro lugar, aos distribuidores, de seguida, e, finalmente, ao consumidor,
por último. O produtor tem estímulo em produzir cada vez melhor, ao ver a sua
produção comparada com os produtos que chegam pelo comércio. O distribuidor tem
estímulo em continuar a dinamização dos mercados, facilitando o transporte do
produto a partir da origem e até ao destino. O próprio consumidor – cada vez
mais detalhado pelos campos do Marketing – muda gostos, perceções e até ideias
a partir dos novos produtos com que contata.
Vai ser publicado na revista
científica Transformations in Business
and Economics o artigo assinado com a colega romena Alina Popescu intulado “How
regional openness stimulates vocational training in Romania”. Nesse artigo,
investigámos como a formação profissional tende a ser muito mais aderida nas
províncias romenas que apresentam valores superiores de abertura comercial.
Nestas regiões, muito mais
dependentes das importações e das exportações do que outros espaços, percebe-se
com nitidez superior como a formação profissional e superior adequadas,
atualizadas e versáteis permitem ganhos no mercado competitivo a escala
europeia.
Assim, não foi de estranhar que o
aumento dos graus de abertura comercial trouxe maior procura por educação,
maior mobilidade de estudantes e de docentes bem como uma dinamização do setor
da formação profissional. Em contrapartida, momentos de maior protecionismo,
foram sempre – até ao longo da História – acompanhados de protecionismos,
neo-mercantilismos e autarcização das economias e das sociedades.
A Educação – como exercício de
engrandecimento da Pessoa e das Comunidades – corre sempre sérios riscos quando
as xenofobias, os protecionismos e os absolutismos ideológicos imperam. Em
contrapartida, os movimentos de intensificação das relações internacionais
obrigam-nos a, em permanência, procurarmos saber mais, aprender o novo e
valorizar o conhecido.
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