O IETI é o Índice da Economia de
Trás-os-Montes. Reúne as perceções de um conjunto alargado de respondentes que
vivem na região dos distritos de Vila Real e Bragança e que, mensalmente,
respondem on-line a um inquérito sobre a evolução dos gastos, das obras
públicas e privadas bem como do afluxo de turistas no espaço transmontano.
As respostas tem sido coletadas
por mim desde novembro de 2017 e, neste meio ano, permitiram a construção da
figura abaixo.
A figura permite verificar que
existe uma perceção de crescimento em momentos como o final do ano e de franca
recuperação no último mês. Obviamente, procedimentos adicionais estão a ser
desenvolvidos e que se relacionam com a correlação com índices económicos
mensais nacionais e internacionais bem como uma calibração refinada em cada
mês. Estes desenvolvimentos serão em breve apresentados em ambiente próprio.
Adicionalmente, a figura permite
verificar que o inverno foi um período de forte retração da economia da região,
com os três vetores – gastos das famílias, obras/investimento, e turismo – a
sofrerem com o rigor climático e com o ambiente pluvioso que se sentiu.
Leituras acessórias devem ser
feitas. Em primeiro lugar, apesar da margem de erro estimada, nem todos tem de
sentir o movimento sugerido pelo índice, o que é conhecido pelo “Paradoxo do
PIB” – que pode crescer em períodos em que alguns (senão muitos) cidadãos vivem
pior. Em segundo lugar, este índice pertence à categorias dos ‘Diffusion
Indexes’, no qual se avaliam as diferenças entre as respostas extremas
recolhidas e portanto baseia-se na assunção de que os respondentes são muito
bons avaliadores da realidade económica que os envolve (e em princípio as
perceções da população heterogénea não andam longe da realidade, segundo
Condorcet). Finalmente, este índice é um barómetro da realidade económica de
Vila Real e Bragança – tantas desprezada, esquecida, desvalorizada ou esquecida
pelas instituições oficiais, públicas ou privadas, de outras longitudes.
O que ganham os transmontanos com
este índice (disponível no blog http://ietmad.blogspot.pt/ ou no
Facebook https://www.facebook.com/iettmad/
)? Ganham três oportunidades. A primeira é a de viverem numa região que tendo
sido pioneira na eletrificação urbana é assim pioneira na construção
metodológica robusta de um índice que permite atualizações mensais. O INE
publica relatórios mensais da atividade económica e notas trimestrais da
evolução do PIB nacional. O IETI tem feito isso mensalmente para todos os
transmontanos. A segunda oportunidade é a de este índice mostrar vida própria
na economia da região, permitindo evidenciar que nem sempre crescemos quando o
PIB de Lisboa cresce e nem sempre estamos em crise quando em Lisboa faz frio.
Finalmente, o IETI veio para ficar e o movimento crescente de interessados em
responderem ao índice (comprovadamente residentes na região) é uma evidência
(aliás, se o leitor estiver interessado, contate através de reismouraopaulo@gmail.com)
.
Por último, deixo um
agradecimento especial às várias dezenas de respondentes que tem dedicado um
minuto por mês a responderem na plataforma de recolha de dados. Respondentes
que são oriundos de todos os concelhos da região, com as mais variadas
simpatias de cor, clube, gastronomia ou série televisiva e que tem permitido
este projeto pioneiro em Portugal.
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